O jumento abandonou as cabritas

O versejar deste domingo, dia 03 de setembro

Eles temem nosso ar de liberdade

Saúdo e peço a atenção dos senhores
que o nosso caso é muito complicado
tiraram das grades e ficou descondensado
o que está disseminando tantos horrores
que até mesmo alguns antigos bajuladores
ao falarem, sentem um certo desconforto
como se o ladrão já estivesse podre e morto
e em seu lugar tivessem colocado um clone
que assume ares de monstro, lobisome,
o tempo todo do mundo real alheio, absorto

Eu sei que vivemos tempos estranhos
proliferam as teorias da conspiração,
mas achar alguém mais velhaco e ladrão
não é como encontrar gagos e fanhos
porque o Nine vem hace muchos años
se especializando na arte da trapaça
e se antes gostava de cabras e cachaça
hoje bebe Domaine de la Romanée-Conti
e se trocou as cabritas por um jabuti
elas se assemelham em charme e graça

Vivemos no Brasil um tempo esquisito
onde a liberdade deixou de ser referência
substituída que foi pela excrescência
de saudar o feio e condenar o bonito
e o trabalho será condenado, proscrito,
e assim, no reinado da sem-vergonhice,
o que terá valor será apenas a canalhice
a putaria irá correr solta, será o normal,
e teremos a céu aberto, orgia e bacanal,
confirmando aquilo que a Bíblia já disse

Não estou entregando os pontos, amigos,
apenas dizendo o que vem chegando
pois tem muitos que continuam sonhando
desleixados, só coçando o saco e o umbigo
dizendo: alto, calma, mas isso não é comigo
como se tudo não fosse parte do projeto
que esse povo assassino, vil e abjeto,
vai a passos largos implantando no Brasil
E nós, abandonados pelo povo da farda e do fuzil
para sobreviver estamos por hora, quietos

Piá criado xucro aprendendo no colo do pai
os formatos da lua, as domas e as plantações:
desde cedo aprendi o valor da fé, das orações
- por isso que deste meu peito nunca sai
a espera do chamado pra guerra do sapucai
Ainda que hoje a dor seja cruel e intensa
não será eterna como a turma deles pensa
- logo adiante haverá o explodir da aurora
e aquele que hoje sofre, pena e chora
terá na liberdade a sua recompensa

Me desculpem a tristeza dos versos
queria estar rimando felicidades,
mas tenho que dizer minhas verdades
para buscar que pensem os dispersos
e lembrar aqueles hoje vivem submersos
que quanto mais forte e cruel for o inverno
quanto maior for a ameaça do inferno
mais florida há de ser a nossa primavera
amigos, lhes digo, isso não é rima ou quimera
mas confiança na promessa do Pai Eterno

E tivemos outra semana cansativa
com a mídia fazendo parte do esquema
ela deixa de informar e se apequena
optando sempre em reforçar a narrativa
o cérebro corroído pela cannabis sativa
sentem prazer em mentir, fazer terrorismo,
viraram adeptos de seitas, do hedonismo,
e nem se envergonham mais em mentir
tudo, tudo fazem para não permitir
que o povo se orgulhe do seu patriotismo

Me invade um sentimento diferente
quando leio ou escuto tanta asneira
abrem a boca, sai chorume e caganeira
- e me pergunto, o que leva esta gente
a ter uma postura tão vil e indecente
tratando de reescrever fatos, realidade
não querendo saber nada da verdade
vivem num mundo paralelo, doideira
agem como quem se chapa, cheira,
para ter coragem de assumir a insanidade

A mídia é parte de toda esta velhacaria!
Agora dizem que o molusco está doente
problemas nos ossos, gritam estridentes
quando o mal que assola esta porcaria
é o ódio que ele destila impune a cada dia
num ritual de agressões e xingamentos
que deixam em êxtase os jumentos
arrebanhados ao discurso por dinheiro
eles até saem do seu mundo, o chiqueiro,
mas levam juntos fedor e excrementos

E a velha prostituta segue passando pano
como parte do trabalho que foi contratado
é o sujo por plata elogiando o mal lavado
e o nosso Brasil e o povo entrando pelo cano
Lhes digo, acredito que antes do fim do ano
teremos a quebradeira anunciada e temida
essa esquerda é lepra, sarna – uma ferida
que está destruindo toda a nossa nação
e sei que logo adiante todos verão
faltando na mesa o básico, a comida

Chego a temer que seja enfim necessário
que cheguemos em tal estágio de decadência
para que o povo se dê conta, tome consciência
de que a esquerda sempre o trata por otário
e ainda assim se vangloria com o vizindário
dizendo que pode viver sem ter que trabalhar
porque o estado sempre irá sustentar
Ele se orgulha da estupidez e da militância,
sente prazer em assumir a ignorância:
basta puxar o saco, saber a quem bajular

E assim o povo caminha rumo ao suplício
feliz cantando e chamando de assassino
quem trabalha desde criança, menino,
para dar conta do sustento e munício,
ter sempre uns trocos para algum vício
sem precisar mendigar ou pedir por favor
Vejo tanto zumbi urbano e me dá pavor
de ver a degração humana assim exposta
eu sei: tem gente que acha graça e gosta
- mas imagino a dor do Pai, do criador

E no arremate do encontro dominical
o que vejo me deixa muito preocupado:
como foi que chegamos a este estado
de domínio de tudo pelas forças do mal
Ninguém me convence, isso não é normal
como parar com tanta doença e insanidade
Eles precisam lutar contra a liberdade
que sempre é uma esperança, uma luz,
por isso que eu clamo, volta logo Jesus
pra salvar os teus e levá-los pra eternidade