O que é o Tarot?

2 months ago
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Vamos embarcar em uma jornada fascinante pelo mundo do Tarot, desvendando seus mistérios e sua rica história. Desde suas origens como um simples jogo de cartas até sua transformação em ferramenta de autoconhecimento e adivinhação, o Tarot nos oferece uma perspectiva única sobre a simbologia e a interpretação.

O Tarot, conhecido inicialmente como "trionfi" e posteriormente como "tarocchi" ou "tarocs", é um baralho de 78 cartas utilizado tanto em jogos quanto em cartomancia, a arte de predizer o futuro através de cartas. A cartomancia surgiu logo após a introdução dos jogos de cartas na Europa, no século XIV. Em países de língua inglesa, o Tarot tornou-se a forma mais popular de cartomancia. Curiosamente, em outras regiões onde o Tarot é jogado como um jogo de cartas tradicional, seu uso na adivinhação é menos comum.

A cartomancia com baralhos padrões, como o baralho de 52 cartas (muitas vezes expandido com coringas ou cartas em branco), ou o baralho francês de 32 cartas (piquet, com as cartas de 2 a 6 removidas), foi predominante durante séculos XVIII, XIX e XX. No entanto, o uso do Tarot para fins divinatórios é relativamente recente. Pesquisas históricas demonstram que, apesar das afirmações de alguns ocultistas sobre suas origens egípcias, cabalísticas ou mesmo indianas, o Tarot foi inventado no norte da Itália por volta do século XV. Sua popularização como ferramenta esotérica ocorreu somente no final do século XVIII, impulsionada por figuras como Antoine Court e Jean-Baptiste Alliette (Etteilla), em Paris. Etteilla, inclusive, criou o primeiro baralho de Tarot especificamente para fins ocultistas por volta de 1789.

O baralho de Tarot usado em práticas esotéricas divide-se em dois grupos principais: os Arcanos Maiores (22 cartas sem naipes) e os Arcanos Menores (56 cartas, divididas em quatro naipes de 14 cartas cada: Paus/Varinhas, Copas/Cálices, Espadas e Ouros/Pentáculos). É interessante notar que os termos "Arcanos Maiores" e "Arcanos Menores" foram cunhados apenas posteriormente, por Jean-Baptiste Pitois (também conhecido como Paul Christian), e não são usados em jogos de Tarot tradicionais. Entre os baralhos mais populares na prática esotérica, estão o Tarot de Marselha, o Rider-Waite e o Tarot de Thoth.

Aleister Crowley, criador do Tarot de Thoth em colaboração com Lady Frieda Harris, destacou a natureza simbólica do Tarot, afirmando que sua principal função seria a de representar simbolicamente o universo, baseado na Cabala.

A história do Tarot nos ensina uma lição valiosa: a interpretação e o significado que atribuímos às coisas podem ser tão importantes quanto sua origem factual. O Tarot, mesmo com uma história repleta de mistérios e lendas, evoluiu de um simples jogo para um instrumento de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, demonstrando a capacidade da humanidade de transformar e reinterpretar símbolos para fins enriquecedores. A verdade, muitas vezes, reside na perspectiva que adotamos.

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