Os Concílios da Igreja Cristã 11ª parte - O segundo Concílio de Latrão em 1139 d.C.

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Transcrição do áudio:

Desde a morte e ressurreição de Jesus, a igreja tenta se alinhar nos dogmas e conceitos teológicos, muitas questões foram levantadas e alguns questionamentos não chegaram a ser resolvidas ou sequer equacionadas.

O contraponto partia de dentro da igreja, o que provocaram a realização de sínodos e concílios, ao longo desse período de doze séculos, surgiram propostas reformistas, que em alguns momentos foram aprovadas e outros rechaçadas, a aprovação ou negativa dessas propostas eram decididas pelos líderes que realizavam os sínodos ou concílios locais e gerais.

Nesse segundo concílio de Latrão em 1139, a igreja estava enfrentando um problema que iria atormentá-la por muitos séculos, a crescente corrente antipapal e na tentativa de sufocar o movimento, impôs a unidade papal sobre os seus delegados.

O papa Honório II se viu às voltas com um rival, o antipapa Celestino II, depois de uma conturbada posse papal, em 1124, que incluiu um assalto armado e o emprego de violência física.

Em 1130, quando Honório II morreu, um pequeno grupo de cardeais elegeu Inocêncio II em segredo, enquanto a maioria dos cardeais escolheu Anacleto II, que acabou sendo rebaixado a antipapa, mas ambos chegaram a tomar posse no mesmo dia, em cerimônias separadas.

Em 1138, a morte de Anacleto II deu um fim à sua pretensão de ser o papa legítimo. No ano seguinte, Inocêncio II convocou o Concilio de Latrão II para ajudar a consolidar a sua pretensão ao papado.

O Concilio de Latrão II também se viu às voltas com suposta heresia, que passaria a ser uma das principais preocupações dos concílios gerais.

Os concílios do primeiro milênio dedicavam-se à definição da ortodoxia e das supostas doutrinas heréticas, para então estabelecerem procedimentos para trazer arrependidos de volta à Igreja.

Ao considerar diversos agitadores locais como heréticos, o Concilio de Latrão II mais uma vez fez com que a identificação e o combate contra os chamados heréticos se tornassem um dos principais instrumentos a serem empregados pelos concílios posteriores, que iriam descrever com riqueza de pormenores as recompensas que eram devidas àqueles que se opusessem a quem desafiasse a Igreja.

No próximo episódio, os cânones, até lá.

Referências:

BELLITO, Christopher M. História dos 21 Concílios da Igreja, ed. Loyola, 2º edição, São Paulo, Tradução Cláudio Queiroz de Godói, 2014.

(PAPA, Lencyclicals, on line)

Introdução e tradução retiradas de Decretos dos Concílios Ecumênicos, ed. Norman P. Tanner