Os Concílios da Igreja Cristã 19ª parte - Concílio de Latrão V 1512 a 1517 d.C.

3 days ago
11

Os Concílios da Igreja Cristã 19ª parte - Concílio de Latrão V 1512 a 1517 d.C. #conciliodelatrão5 #bíblia #jesus #concílio #historiadaigreja

Descrição do áudio:

O quinto concílio de Latrão foi convocado pelo Papa Júlio II através da bula emitida em 18 de julho de 1511.

Adiado duas vezes, o concílio realizou sua primeira sessão em plena solenidade em Roma, na residência de Latrão, em 10 de maio de 1512, sessão em que Giles de Viterbo, general da ordem dos eremitas agostinianos, fez um elaborado discurso sobre os males da Igreja.

Houve doze sessões:

As cinco primeiras, realizadas durante o pontificado do Papa Júlio, trataram principalmente da condenação e rejeição do quase-concílio de Pisa e da revogação e anulação da "Sanção Pragmática" francesa.

Após a eleição do papa Leão X em março de 1513, o concílio tinha três objetivos: primeiro, alcançar uma paz geral entre os governantes cristãos; segundo, a reforma da Igreja e o terceiro, a defesa da fé e a erradicação da heresia.

As sete sessões posteriores à eleição de Leão aprovaram diversas constituições, entre as quais se destacam a condenação dos ensinamentos do filósofo Pomponazzi e a aprovação do acordo firmado fora do concílio entre o papa Leão dez e o rei Francisco primeiro da França.

Todos os decretos deste concílio, presidido pessoalmente pelo papa, estão na forma de bulas.

Os padres confirmaram todos os decretos por meio de seus votos.

Se alguém desejasse rejeitar uma proposta, manifestava sua opinião divergente verbalmente ou brevemente por escrito.

O resultado era que os assuntos propostos, após vários debates, eram por vezes alterados.

As decisões sobre a reforma da cúria quase não produziram efeito.

O problema não foi a falta de interesse do Concilio de Latrão pelas reformas, mas o modo como as suas normas foram redigidas.

Um dos principais estudiosos desse concilio menciona o grau de franqueza demonstrado pelos oradores sobre a situação em que a Igreja se encontrava, principalmente os de maior nível hierárquico.

Mas esse mesmo estudioso conclui que o concilio deixou tantas brechas ao abordar essas reformas que as restrições por ele impostas acabaram se revelando fáceis de contornar.

No fundo, o papado, os cardeais e a cúria simplesmente não tinham nenhum interesse em realizar uma verdadeira reforma, pois os membros graduados da cúria dependiam demasiadamente de irregularidades financeiras, de modo que a oposição às reformas estava firmemente entrincheirada.

Além disso, esses membros graduados da cúria, que na maioria dos casos eram bispos italianos, dominaram o concilio de tal modo que o quinto Concilio de Latrão dificilmente poderia ser chamado de ecumênico.

No entanto, havia uma notável exceção:

Pela primeira vez na história dos concílios gerais, um bispo representava o “Novo Mundo” que Cristóvão Colombo havia descoberto há apenas duas décadas.

Ele era bispo de Santo Domingo, no Caribe.

Mas era também italiano.

Os membros do Concilio, que deixaram Roma na primavera de 1517, não imaginavam que, antes mesmo que esse ano acabasse, Martinho Lutero iria desencadear uma série de ideias, emoções e movimentos que iriam mudar a cristandade de um modo como nunca havia ocorrido antes.

No entanto, devemos nos lembrar das razões pelas quais o debate iniciado por Lutero tornou-se virulento com tanta rapidez, a Igreja Romana havia deixado de abordar questões importantes e se recusava a reconhecer a gravidade dos problemas que enfrentava.

As reformas haviam estado ausentes por mais de um século, e as tensões resultantes dessa ausência foram se acumulando.

Até o próximo episódio, fiquem com Deus!

Créditos para:

BELLITO, Christopher M. História dos 21 Concílios da Igreja, ed. Loyola, 2º edição, São Paulo, Tradução Cláudio Queiroz de Godói, 2014.

(PAPA, Lencyclicals, on line)

Loading comments...