A História do Rei Salomão

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Reinado de Salomão

Salomão em seu trono
Ingobertus, c. 880, Basílica de São Paulo Extramuros, Roma
Diferentemente de seu pai, Salomão não se tornou um líder guerreiro, pois isso não foi necessário. Mostrou, de acordo com a tradição judaica, ser um grande governante e um juiz justo e imparcial. Soube habilmente desenvolver o comércio externo e da indústria, as relações diplomáticas com países vizinhos, o que levou a um progresso considerável das cidades israelitas.

Sabedoria de Deus
Salomão foi o rei bíblico mais famoso por sua sabedoria. Em I Reis, sacrificou a Deus, e a deidade mais tarde lhe apareceu num sonho,[10] perguntando-lhe o queria dele. Salomão pediu sabedoria. Satisfeito, Deus respondeu pessoalmente à oração de Salomão, prometendo-lhe grande sabedoria porque não pediu recompensas para servir a si, como vida longa ou a morte de seus inimigos.

Esposas, concubinas e idolatria

O Sonho de Salomão, c. 1694-1695, óleo sobre tela, feita por Luca Giordano.

Rei Salomão e suas esposas. Obra ilustrada em 1668 por Giovanni Venanzi
De acordo com o relato bíblico, Salomão tinha 700 esposas e 300 concubinas. Foram descritas como princesas estrangeiras, incluindo a filha do Faraó[11] e mulheres moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hititas. Seu casamento com a filha do Faraó parece ter cimentado uma aliança política com o Egito, enquanto se apegava às outras esposas e concubinas "no amor".

A única esposa mencionada por nome é Naamá, a amonita, mãe de Roboão, sucessor de Salomão. A narrativa bíblica menciona, com desaprovação, que Salomão permitia às suas mulheres estrangeiras importar suas divindades nacionais, construindo templos para Astarote e Milcom.[12]

No ramo da análise literária que examina a Bíblia, chamado de alta crítica, a história de Salomão caindo na idolatria pela influência da filha do Faraó e suas outras esposas estrangeiras é "normalmente vista como obra de historiadores deuteronomistas", que se acredita terem escrito, compilado ou editado textos para legitimar as reformas do bisneto de Ezequias, o rei Josias, que reinou por volta de 641 a 609 a.C. (mais de 280 anos após a morte de Salomão, segundo os estudiosos da Bíblia).[13] O consenso acadêmico neste campo sustenta que "as esposas de Salomão foram apresentadas na edição 'josiânica' (normalmente Dtr) de Reis como uma construção teológica para culpar o cisma [entre Judá e o Reino do Norte de Israel] por seus crimes".[13]

Riquezas de Salomão
É certo que dentro os reis da Antiguidade Mansa Musa do Império Mali foi o homem mais rico, porém, na tradição judaico-cristã se conta que Salomão teria alcançado maior riqueza do que todos os reis de Israel, o que não é testemunhado pela arqueologia e evidências materiais, mas é afirmado com base em trechos do texto bíblico:[5]

"O peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro"[14] de tributos, além das outras fontes que não eram o próprio povo.[15]

"Todas as taças de que se servia o rei Salomão eram de ouro, [...] não havia nelas prata, porque nos dias de Salomão não se lhe dava estimação alguma",[16] ou seja, a riqueza em ouro do rei era tamanha que não precisava demonstrar sua riqueza em prata. Uma hipérbole bíblica: "Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros (madeira nobre) em abundância como os sicômoros (espécie de árvore comum na região) que estão nas planícies."[17]

"O rei tinha no mar uma frota de Társis, com as naus de Hirão; de três em três anos, voltava a frota de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões. Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas, assim, ano após ano."[18]

O rei Salomão realizou uma expedição a Ofir, terra cuja localização é imprecisa. "Dentre as sugestões apresentadas estão o oeste da Arábia, o cabo Horn, na África, a Índia e até mesmo no atual Brasil."[19] Nesta expedição contou com o apoio de seu amigo, o rei de Tiro, Hirão, que lhe enviou marinheiros experientes.[20] A descrição da expedição é "Chegaram a Ofir e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão"

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